Motorista envolvido em acidente na Dutra desabafa pelo Twitter e deixa alerta sobre excessos no trânsito "Na quarta, dia 16, eu nasci de novo": professor de Comunicação de universidade de Taubaté aponta erros de cobertura da imprensa sobre o caso O professor de Comunicação da Universidade de Taubaté, jornalista Maurílio Láua, publicou neste domingo (20), em seu Twitter, um desabafo sobre o maior acidente da história da Via Dutra - em número de veículos, que ocorreu na última quarta-feira (16). Láua viajava pela rodovia naquela manhã e revela ter escapado do acidente com vida por muito pouco: "eu nasci de novo" (veja abaixo os comentários na íntegra). Ele narra em detalhes todos os momentos de pânico vividos na Dutra. E ainda aponta erros divulgados pela imprensa sobre o acidente: "Quem acompanhou pela TV o acidente na Dutra, na quarta-feira, por causa da neblina, não viu o que aconteceu na realidade". O maior culpado pela tragédia? Lauá afirma: "o maior motivo da desgraça foi excesso de velocidade".
Desabafo no TwitterMaurílio Láua: jornalista, professor universitário, fotógrafo e escritor de livros infantis. 'TUITADAS' NA ÍNTEGRA Apesar do dia bonito e a expectativa do jogo contra a Costa do Marfim, gostaria de tocar num assunto importante... Quem acompanhou pela tv o acidente na Dutra , na quarta-feira, por causa da neblina, não viu o que aconteceu na realidade. Essa é uma questão complicada, que atinge a todos que usam a Dutra Na quarta, dia 16, eu nasci de novo... estávamos no mesmo carro, eu, profª Edilene Maia e minha filha Cici.... vimos tudo de muito perto... Nosso carro foi o primeiro que não bateu, no acidente que fez duas vítimas fatais. Tudo que foi falado não corresponde à verdade do fato. O nevoeiro era totalmente diferente de tudo que já vi. Olha que eu ando diariamente pela Dutra faz 22 anos. Nunca vi nada igual.
À nossa frente 6 caminhões, um ônibus e quatro carros de passeio destruídos. As cabines dos caminhões não existiam. Estavam esmagadas. Fomos o primeiro carro que não bateu. Conseguimos frear, atrás vinha um enorme caminhão que quase esmagou a gente. Parou a um dedo de nós Paramos, descemos do carro correndo. As meninas foram para a grama, longe da pista, com medo de alguém ainda bater atrás. Não dava para ver Andei para a frente para ver o que tinha acontecido e não acreditei no que via. Parecia filme de catástrofe norte-americano. Destruição. Havia caminhoneiros presos nas ferragens. Um foi retirado da cegonheira que estava a nossa frente. Sem pernas, ela agonizou no asfalto... E morreu quase duas horas depois, na ambulância de socorro. Outro estava esmagado pelas placas de aço que deslisaram da sua carroceria... Não havia o que fazer para ele. Um carro da Polícia Civil foi parar em cima de um carro de passeio. O motorista do ônibus, de estudantes... de Minas Gerais, estava preso pela perna no painel, não podia sair do lugar. O vidro quebrado e mele sangrava na direção. Não dava pra fazer nada. Demorou muito pra socorrer. O médico que chegou na ambulância ficou desesperado e nem conseguia colocar as luvas de nervoso. Os caminhoneiros, acostumados com acidentes na estrada, estavam desnorteados, corriam tentando ajudar, mas muito pouco podia ser feito. Numa entrevista pela TV vi o inspetor da Polícia Federal dizer que não deu tempo de frear e não havia marcas de frenagem... havia sim. Dez , quinze metros de marcas pelo asfalto... o nevoerio levou a culpa... mas não foi culpado sozinho. Por que alguns bateram e outros não? Depois, conversando com motoristas que estavam parados na pista veio a confirmação... O maior motivo da desgraça foi excesso de velocidade. Excesso de velocidade mesmo com vizibilidade zero. Não havia mesmo como parar. Quem bateu, entrou no nevoeiro em alta velocidade e não conseguiu parar quando percebeu que o carro da frente estava parado. Um motorista disse pra mim que estava a 110 no nevoeiro e só parou porque viu um rapaz sinalizando na mureta central da pista. Absurdo total. Quando vimos o nevoeiro já diminuimos a velocidade, fomos para a direita e andamos devagar. Vimos o anjo que sinalizou também Mas paramos porque estávamos devagar e deu tempo de frear. O caminhão que vinha atrás da gente também disse que só parou porque viu o ... rapaz sinalizando... senão teria esmagado a gente, pois também estava em alta velocidade dentro do nevoeiro. O anjo, que não vimos depois... Salvou a vida de muita gente, que poderia ser esmagada por quem vinha atrás, inclusive a nossa. A questão é a alta velocidade em que os automóveis, de todo tamanho e peso, andam na vi dutra. Não há radares na região de Lorena a Taubaté, e isso convida os irresponsáveis a correrem. Dá na tragédia que deu. Sorte que não morreu... mais gente, porque o estado dos carros era impressionante. Não tenham dúvida: andamos em latas com rodas e somos frágeis demais. Não sei como consertar isso. Acho que a polícia precisa ser mais rígida. Multar, apreender ou coisa parecida, senão continuaremos arriscando nossas vidas diariamente na Via Dutra. Não acho legal começar o domingo falando em acidente, mas isso afeta a todos nós. Por isso, se estiverem numa situação dessa tomem cuidado Reduzam imediatamente a velocidade, mas não parem na pista... andem de vagar pela direita e, se for o caso, saiam pela área de escape ou pelo acostamento. Não contem com a responsabilidade de quem vem atrás. | |||||||||
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domingo, 20 de junho de 2010
Acidente na Dutra...depoimento de um motorista...
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